sexta-feira, 24 de julho de 2009

Inspiração à Beira do Abismo - Adquira aqui


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INSPIRAÇÃO À BEIRA DO ABISMO

Contos
Jocir Prandi
136 páginas
Apresentação de Moacyr Scliar

São doze contos emocionantes, realistas, humanos. Em Recanto, cidade do interior gaúcho, no outono de 1998, num ambiente comum marcado por vícios e força de vontade, medo e coragem, arrogância e humildade, tristezas e alegrias, egoísmo e solidariedade, personagens debatem-se em busca da felicidade.

Leia em postagens anteriores a apresentação de Moacyr Scliar, as sinopses dos contos e os primeiros capítulos do conto Passarinho.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sinopses dos contos - Inspiração à Beira do Abismo

SARJETA: Esponja é um joão-ninguém, alcoólatra inveterado. Seu destino parece traçado de forma irremediável. Nem a presença amiga da prostituta Dina, nem o surgimento de um vira-lata capaz de mexer com seu lado humano, parecem suficientes para interferir em sua trajetória para a degradação absoluta. Então, surge mais alguém em sua vida...

A IDADE DE HELENA: Ao retornar à terra natal, o protagonista relembra as mulheres que marcaram sua vida ali, e descobre que cada uma, ao contrário dele, encontrou seu caminho para uma relativa felicidade. Inclusive Helena, “tão comportada, tão sem assunto, tão sem graça, tão velha”. Nesse reencontro com o passado, ele irá descobrir porque também Helena deixou sua marca, e bem mais relevante do que ele pensa.

O PASSADO EM PAUTA (o mais elogiado de meus contos): O grande tenor Romildo Castelli deixou Recanto quando adolescente, em busca de sucesso. E alcançou tudo que poderia almejar... menos a felicidade. Ao partir, havia jurado jamais sentir saudades do lugar ou da família que não o havia apoiado. E cumpre a promessa... até o dia em que descobre que a mãe tem pouco tempo de vida. A partir daí, o astro repensa toda a sua vida e decide se redimir e buscar uma reaproximação. Mas a forma com que o faz é absolutamente insólita

DEPOIS DO FINAL FELIZ: No aniversário de seu casamento, Estela passa em revista os doze anos de vida em comum. Apesar de o balanço ser negativo, ela decide resgatar a felicidade inicial, mas descobrirá o quanto isso é difícil.

TODAS AS DORES DO MUNDO: H. Zimmer, poeta da dor e do sofrimento alheio, freqüenta ocasionalmente o Bar da Esquina. Quando a filha do proprietário pede como presente de casamento uma poesia com o título “Mar de Rosas”, falando das boas coisas da vida, ele se mostra ainda mais amargo que de hábito. A insistência, porém, é tal, que ele acaba aquiescendo: “Queriam um mar de rosas? Pois iriam ter. Mas seria o seu mar. Seriam as suas rosas.”

PASSARINHO: Lu leva uma vida de dedicação extrema ao trabalho e a atividades assistenciais. É sua forma de fugir de dramáticas recordações que a perturbam. Quando o homem que passou sete anos na prisão sob acusação de a ter violentado retorna a Recanto, ela percebe que não poderá fugir eternamente do passado, e que o presente também encerra muitos riscos. Até porque os maiores inimigos podem estar dentro de sua própria casa.

VAZIO: Ele acorda no meio da noite e, sem estímulos aos sentidos, sente um grande vazio a oprimi-lo. Mas, passados alguns minutos, vai se apercebendo do valor das pequenas coisas. (Mini-conto bastante elogiado por Moacyr Scliar).

MÃOS E ALMAS: A bordo de um velho ônibus, após flagrar a traição de sua noiva, o protagonista luta desesperadamente para ocultar sua angústia. Busca distração observando a paisagem às margens da estrada, ou as mãos de outros passageiros, adivinhando-lhes os dramas. Entretanto, acaba por observar sua própria mão...

INSPIRAÇÃO À BEIRA DO ABISMO: Jovem em profunda depressão, devida, sobretudo, à falta de adaptação ao trabalho, sai de seu quarto, como para fugir de si mesmo. Acaba à beira de um abismo, onde, numa brincadeira sinistra (forma de desprezo às crenças de um mundo que tanto o faz sofrer), ele se imagina tentado pelo diabo, que lhe sugere saltar para a morte.

CANÇÃO PARA LUZIA: Luzia, moça humilde do sítio, vive momento especial diante do assédio de Alex, o filho do prefeito. Após viver uma “noite de princesa” com ele num baile, ela o espera em casa. Enquanto isso, recebe de um jovem vizinho um presente singelo: uma fita cassete com uma canção em sua homenagem. Antes que ela ouça a canção, Alex chega, e Luzia fica sob a influência de vaga mas perturbadora curiosidade, que pode ter importância fundamental na decisão que vai tomar.

NUNCA É TARDE PARA CHORAR: Cansada do desconforto de cuidar do pai inválido, a protagonista desabafa, criticando ferozmente o machismo dele e dos filhos dele. Seu pai já não pode falar, nem fazer qualquer gesto, e as lágrimas são a única mensagem que consegue emitir, na tentativa de se redimir.

SÓ: A solidão sempre marcou a vida do protagonista. Embora se reconheça responsável por isso, ele sente-se incapaz de reverter a situação e se aproximar das mulheres. Numa noite em que a solidão tortura-o sobremaneira, a chuva recoloca em seu caminho alguém a quem ele desprezou no passado. Agora, ele tem em suas mãos a possibilidade de decidir: ou vence o orgulho e aceita a oportunidade, ou afunda de vez na solidão.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um modesto experimento poético

SILÊNCIO

Dou-te um último beijo de língua
Portuguesa e, após, que se extinga,
Já sem rimas de correspondência,
A ilusão, que agoniza à míngua,
Pois não juras mais céus, universos,
Nem me beijas, febril, em teus versos,
Não versejas sequer por clemência.
De tua doce e rimada eloqüência,
Restam cinzas em flocos dispersos.

Sei, cansaste de estrofes apenas,
De românticas, puras, a obscenas.
Queres corpo; sou alma somente;
E ao silêncio este poeta condenas.
Porém, a alma é imortal como a arte
E virá com o vento abraçar-te,
Num silêncio rimado, fluente,
Seduzir-te, lançar a semente
Da poesia em teu útero, amar-te.